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Meu dia bem-humorado

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Hoje nada vai me preocupar Nada irá tirar o frescor do que é acordar de bom humor Peço ao caos que fique distante, pois se vier o mando longe Não quero transito nem farol fechado, vou andar por aí com os pés descalços Hoje eu quero cantar alto, espantar o mau-olhado Rimo com qualquer palavra, rio de qualquer piada Não estou nem aí, quero pernas pro alto Então só peço uma coisa Deixe-me curtir o meu dia bem-humorado

Imperfeito amor

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A vida inteira esteve a aguardar a vinda de seu grande amor. A ele daria seu coração bem cuidado, seria a companheira perfeita e lhe entregaria sua preservada pureza. Para tantos ela não deu chance, já que não poderiam ser dignos daquela sublime harmonia. Ansiava a magistral beleza, do que seria o dia da mais linda alegria que haveria de existir. Seu príncipe que tardava chegaria, e lhe mostraria o quanto valia a pena, o quanto a felicidade aguardada poderia ser entregue multiplicada. E ficou a esperar, prestando atenção a cada pretendente, e a cada conversa despretensiosa, a cada olhar de relance que trocasse com algum qualquer na rua.  Desenhara muito bem seu par Ideal, e ele nem de longe poderia ser qualquer um dos muitos que conheceu, alguns até a convenceram num primeiro momento, mas depois de um tempo tornavam seus defeitos visíveis demais pra que ela pudesse aceitar. Sofria a cada desilusão, e tornava-se ainda mais meticulosa, porque entendia que não poderia mais se envolver com

Engana-se

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Junta a cabeça às mãos, porque sabe que erra Chora escondido, já que ninguém pode saber Peca e cala-se, em sua frente não irá admitir Mantendo a cabeça erguida, segue em linha reta Sua melancolia é amargada, fingida de um açúcar polvilhado No alto de um castelo de areia, metade derrubado Engana-te e engana-se ao te olhar através de um óculos embaçado Esnoba-te e não credita valor igual, nem soma algo em especial Seu orgulho bobo e esnobe, sua idiota impressão de um mundo construído a sua volta Sabe bem que ninguém engana, e sua superioridade não passa de uma vida mimada Passa por cima de qualquer pedra ao longo de sua caminhada Mas não percebe seu cadarço desamarrado O que acontece é que um dia tropeça, e a mão estendida pode ser de alguém um dia desprezado.

Um instante esperado

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Há algum tempo tenho me sentido confusa, muitas coisas pensado e pouco exposto. Motivos? Não sei bem ao certo. Um tanto por não conseguir me concentrar, um tanto por não saber ao certo o que dizer, como, nem por que. Não sei o que acontece, momentos ruins até me inspiram e sei que este não é o caso. Está tudo bem, assim me parece, mas algo em mim não soa como antes. Devo dizer que muitas vezes tentei escrever algo, e nada me pareceu digno de ser publicado. Inúmeras linhas tortas que não se entrelaçam nem fazem sentido algum. Estes dias e dias que não pedem passagem, os probleminhas e as faltas de não sei o que. Eu perco o controle e o ritmo que eu deveria manter. Mas está tudo bem, e não importa o quanto ainda eu tenha que tentar. Eu só quero estar aqui, sentada neste mesmo sofá. E um dia numa distração qualquer esta pessoa da qual sinto falta, irá voltar.

falsa imagem

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  Eu não preciso de ídolos em minha parede Nem de uma casa cheia pra não me sentir só Não preciso que me digam como pensar nem agir Nem de respostas de perguntas que eu não fiz Alternativas? Também não as preciso Talvez nenhuma delas seja válida no final Se eu preciso de algo, é não me enganar Não precisar de meio abraço Nem de elogio falso Só preciso de pensamentos soltos Nada catalogado Ou superficial Essa minha falsa imagem É tão pouco do que sou e tão pouco do que penso Se me exponho ou me escondo, não importa Poucos se importam, poucos querem saber afinal.

Então tá

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Só me faça sorrir, só me faça sentir sua presença como algo bom Não pese, nem pense ou deixe penso Se não deixa ser, nada será Então só deixe estar, aqui do meu lado, com aquele simples e singelo olhar Gestos de carinho e de espontaneidade Como naqueles tempos, que meu peito se invadia de felicidade Não, eu não precisava cobrar, nem apontar seus erros ou te pedir pra mudar Eu tinha tudo, então tá... Nessas horas que eu penso se ainda dá pra voltar No que precisa e o que não pode igual E me pergunto, se tudo chegou ao final

Um pensamento aleatório

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E que as pausas não me façam parar, pois assim quero levar a vida, de passos e passos devagar. Correr às vezes sim, mas sem me cansar, pra sempre continuar. E uma música aleatória: Cazuza - Vida Louca Vida

Um trecho

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  "Quando o belo sol revela à terra sua face dourada ou quando, após um rígido inverno, a primavera retorna com sua doce brisa, tudo muda de aspecto na natureza, tudo se rejuvenesce com novas cores."    Erasmo de Rotterdam - Elogio da loucura Um bom final de semana à todos!

Numa dessas manhãs de domingo

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Cedo acordou olhou pela a janela o sol que estava a se abrir.  Sentiu vontade de aproveitar o dia, tomou seu café, preparou-se pra sair.  O domingo estava tão iluminado, e um momento de felicidade parecia surgir. Distraída, estava quase flutuando com a alegria que começou a sentir. Eis que de repente, tropeça em uma pedra que de cara no chão a faz cair. Levanta, limpa a poeira pousada e volta o seu caminho a seguir. Mais adiante um carro passa, jorra água de uma poça em sua roupa, e o que antes era alvo, a sujeira passa a cobrir. De novo em seu caminho, mas agora de passo largo, afundando o pé com a raiva que estava a sentir. Anda rápido, quase correndo, agora apressada; pois de sua caminhada haveria de desistir.  Chega ao lar, passa correndo pela sala e degraus da escada, tinha pressa de subir. Chega a seu quarto, olha no espelho e vê sua aparência acabada, sua roupa com sujeira impregnada, sente vontade de chorar; e começa a sorrir. Toma seu banho ligeiro, se veste, desc

O que acontece com você?

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Nervos abalados, choros, desequilíbrio emocional, o que te falta? Não consigo entender o que te prende, nem o que te deixa assim. Já te disse o quanto sinto falta daquele seu sorriso doce e largo. Do seu olhar de sobressalto, um daqueles que me pedem pra sorrir. Sinto você assim um tanto desmotivado e desorientado, sei que você nunca foi assim. Se eu pudesse, te daria tudo e você sabe, te faria a pessoa mais feliz. Mas eu sei, o tanto que tenho pra te dar já não lhe serve, e o que te falta eu não sou capaz de servir.

Meus passos

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Se meu medo for maior que a minha vontade de seguir em frente, então dou um passo pra trás. Dois passos, ou quantos forem preciso, aprendi que humildade cabe em qualquer lugar. Eu não vou me envergonhar de voltar, desculpas eu sempre soube pedir, perdão eu sei dar. Não quero um dia, dona da razão virar. Eu temo errar, mas errando descobri como acertar. E vou assim, continuo por aqui, vou pra lá e pra cá. E sigo em frente, quando um passo eu souber que posso dar.

De verdade

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Ela há muito vive assim, uma vida de não dever nada a ninguém, explicações nunca dá, não recebe ligações para saber onde ela está. Hoje ela colocou uma saia curta, saiu na rua alguém olhou, ninguém reclamou. Ela seguiu até o trabalho, bom dia, bom dia, boa tarde, até amanhã! Volta ela e sua saia, volta ao caminho de casa. Dorme ela numa cama vazia, e acorda como foi dormir. Café, pão na chapa, não precisa dividir. O mesmo caminho e bom dia, bom dia, boa tarde, até amanhã! Fim de semana mais uma vez, o pão inteiro, um litro de leite que dura um mês.  Triste? Só se ela quiser, só ela permitir que seja. Cama vazia não é solidão, opção por vezes não, mas condição. Acostuma ou não? Planos ela faz, sozinha fazer o que? Mas vive assim, se alguém depois merecer dividir com ela aquele pão, ela divide os planos. Senão ela continua, e triste não precisa ser. Amigos aos montes, família boa, marido, casa, filhos, é bom ter, não digo que não. O caso aqui é outro, f

Só de Sacanagem

Ana Carolina Composição: Elisa Lucinda Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta à prova? Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração tá no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: " - Não roubarás!" " - Devolva o lápis do coleguinha!" " - Esse apontador não é s

Eu tenho sonhos

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Eu tenho sonhos Sonhos de papel colorido Sonhos de papel picado que voam Sonhos diversos Assim eles são Todos belos Poéticos e delicados Desenhados e pintados Impossível, nenhum Eu acredito em cada um Alguns distantes Outros mais perto Próximos de serem tocados Muitos me aproximei Outros encostei E de nenhum desistirei

O balão

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Eis o meu segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." (Antoine de Saint-Exupéry)

Longe do meu olhar

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Não me contento com um sorriso torto Olhar afastado Você distante de mim Não aceito um aceno cordial Uma conversa trivial Beijos no rosto e tchau Se for assim prefiro não te ver Pra poder te esquecer Não que isso eu queira fazer Lembranças Memórias Uma bela história Não sei se há solução Mas aqui bate um coração Amor virando solidão Páginas a virar Passos a caminhar E você assim Tão longe do meu olhar

Boba ela

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Ela acordada de uma noite mal dormida, com um sono que não sucumbia à tentação do mundo dos sonhos. Passou a noite acordada, o dia todo, milhares de horas pensando, repensando no que devia fazer. Haveria de por um fim em tudo, em alto e bom som lhe falar o que estava sentindo. Não, ela não se sentia à vontade em ouvi-lo mais uma vez se desculpar. Não, ela não poderia aceitar por mais uma vez levar a culpa como se tivesse errado, e não ele. Sabia perfeitamente que mais tempo só adiaria o fim inevitável, só tornaria mais difícil o entendimento que era improvável, e depois de tudo ela ficaria ainda mais triste e insegura por não ouvir a voz da razão. As breves pausas eram suficientemente longas porque a espera era incerta. O simples barulho de motor de um carro qualquer lhe causava tremor. E ela sabia que estes milhares de carros que passavam na rua não eram o dele. Quanto mais pensava, mais sentia que a melhor alternativa era deixá-lo ir, o problema é que ela não teria paz dessa forma,

A diferença

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Renove suas ações, Multiplique boas ideias Conheça novas formas Reconsidere as alternativas Invente maneiras Ultrapasse barreiras Alcance o máximo Pense alto Adquira conhecimento Vença o impossível Abandone a incapacidade Desprenda os medos Atraia o novo Permita a mudança Deixe o passado Seja a diferença

Então fica assim...

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Não me conte seus pesares Eu não exponho os meus defeitos Não procura entender-me Eu não lhe cobro explicações Por mim não seja influenciado Eu lhe permito que vá Deixe-me te esquecer E cada um segue o que pretender

Verdade, Mentira

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 Fernando Pessoa (Alberto Caeiro) Verdade, mentira, certeza, incerteza... Aquele cego ali na estrada também conhece estas palavras. Estou sentado num degrau alto e tenho as mãos apertadas Sobre o mais alto dos joelhos cruzados. Bem: verdade, mentira, certeza, incerteza o que são? O cego pára na estrada, Desliguei as mãos de cima do joelho Verdade mentira, certeza, incerteza são as mesmas? Qualquer cousa mudou numa parte da realidade — os meus joelhos e as minhas mãos. Qual é a ciência que tem conhecimento para isto? O cego continua o seu caminho e eu não faço mais gestos. Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual. Ser real é isto. PESSOA, Fernando. Ficções do Interlúdio I: Poemas Completos de Alberto Caeiro. Ed. Cia José de Alencar, 1975.

Você aqui

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Quero você Deixa eu tocar tua pele Deixa que eu te sinta Quero tanto teu corpo junto ao meu Minhas lágrimas junto as suas lágrimas Meu cochicho no teu ouvido Minha voz, teu entender Nosso silêncio Abraço, amor maior Envolva-me Olha-me nos olhos Eu retribuo Quanto amor Caminhadas na praia Fios de cabelo no ar Dançamos Quanta felicidade Você fala meu nome Recita lindas palavras E eu só quero assim você, aqui!

A ausência da cor

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Parei de sonhar colorido demais, ofuscava minha visão. Tive que me acostumar com tons opacos que misturavam tons cinzas e fracos. O verde fluorescente foi trocado pelo musgo. Enxerguei tudo craquelado e irreparável. O sol foi trocado por um céu completamente cinza e ameaçado por uma grande tempestade. Andei pensando em consertar os meus cacos quebrados, mas as peças faltosas continuavam em falta no final. Muito preto e branco, a minha vida perdeu a cor que me era essencial e fundamental. Meus sonhos foram diretamente prejudicados e alterados. Resolvi pintar objetos com cores alegres, tentar mudar a minha situação, mas este não é o problema, o colorido da minha vida era só a maneira que eu antes enxergava, e por mais forte que uma tinta possa parecer ela não possui poder nenhum sobre o que me ocorreu. Senti vontade de cortar meus pulsos pra manchar esta monotonia, tenho certeza que esta é a minha última alternativa e neste momento a única coisa que eu posso fazer. Mas assim como a co

É certo que duvido

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Xeque-mate, 1949 - Maria Helena Vieira da Silva Se há algo nesse mundo que eu tenho certeza, é que eu não tenho certeza de muita coisa. Minhas certezas são como quase certezas, são o meio caminho entre o que eu duvido realmente e o que eu quase acredito por completo, são apenas dúvidas que se tornaram um pouco mais confiantes e imunes as descrenças e acusações. A certeza é algo que eu certamente tenho grande dificuldade em entender e explicar, é algo incomparável que quando você a tem, não resta alternativas. A certeza vai ao encontro da dúvida, ou é totalmente contrária. Se a dúvida impulsionou o mundo, foi na certeza que as respostas foram encontradas. As dúvidas são os espaços dos quebra-cabeças que não se completaram ainda, são meus devaneios, minhas buscas por soluções que estão longe de procurar explicações concretas e absolutas daquilo que não aceito ou não compreendo. Porém não se prova nada sem certeza, ela é o trabalho cumprido, o xeque-mate no xadrez, é quando você descob

Minhas exigências

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Ilustração:John Tenniel (livro Alice no país das maravilhas - Lewis Carroll) Desejo como todo mundo ser muito feliz, entretanto tem que ser do meu jeito. O prestígio, a glória ou qualquer tipo de bajulação não me farão iludida. Umas das coisas das quais exijo, é que a partir de agora as minhas escolhas não serão mais decididas pelos outros, pois parte da minha infelicidade disso resulta. Infelicidade? Será mesmo que sou infeliz? Esta minha infelicidade são breves momentos, por vezes longos demais, geralmente oriundos de frustrações e desentendimentos. Se estes momentos me nomeiam desta forma, então sim, sou realmente infeliz, mas feliz também, as duas coisas ao mesmo tempo, por que não? Outra coisa que exijo neste momento é que minhas esquisitices deverão permanecer as mesmas para sempre, meu equilíbrio só é possível assim, eu não quero mudar isso, apesar dos olhares tortos na rua, apesar dos cochichos maldosos enquanto a minha passagem, e digo mais, o que todos pensam de mim é só um
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"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos." Charles Chaplin

De um refúgio Nostálgico

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Hoje em pleno trânsito, como sempre atrasada, com alguma preocupação na mente, e um sono rotineiro, me encontro em meio a uma lembrança de quando eu era criança. Bateu uma saudadezinha, confesso; de um tempo que já foi há tempos, estes em que minhas preocupações eram: se minha mãe ia reparar no vaso que eu tinha quebrado, se alguém na praia teria derrubado o meu castelo de areia e se quando eu voltasse da escola ainda ia dar tenho de assistir Anos Incríveis. Meus questionamentos eram: de onde vinham os bebês, se o mundo ia até onde eu enxergava e se os barcos caiam onde o mundo acabava. Maldade eu nem sabia direito o que era, achava que em certo momento a gente escolhia a que lado pertencer, e não entrava na minha cabeça alguém querer ser do mal. Naquela época eu achava a infância uma merda! “Não”, era a resposta para todas as perguntas. “Não pode”, “não faz isso”, “não mexe aí”, eram as frases que eu sempre ouvia. Não menosprezo minhas limitações e preocupações da época, até porqu

Me joguei

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Tá difícil de entender eu nem vou explicar Nem vou perder o meu tempo em tentar Fazer-te compreender Perceber Que deveria ter se importado Pelo menos um pouco, pensado Deixar acontecer Envolver Eu me joguei Do lugar mais alto e perigoso que busquei Eu fui longe, tão longe que meus pés se cansaram Eu fui alto, tão alto que perdi o ar Não deu pra voltar O caminho se perdeu Culpada, sei, fui eu Eu me perdi Tive que pular, e ao pular, cai Tive que aprender a ter coragem Ao novo dei passagem E eis que compreendi Não devo insistir Deixo que as coisas sejam Não interrompo, deixo que aconteçam Fácil? Não é Um dia talvez, será Só me resta esperar.

Esvazio

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Mais um copo, menos um copo De dentro pra fora, de fora pra dentro Esvaziei mais um, me preenchi um pouco mais Peço outro então A garrafa secou, meu copo encheu Esvaziei o copo, enchi minha boca Esvaziei minha boca, me enchi Estou farta, preciso esvaziar Mas o que me faz mal não sai De dentro pra fora mais uma vez E o que está dentro não sai Por que bebi então? Se eu soubesse... Minha dor não passa Outra dor mais forte vem Eu choro Esvazio um pouco mais, mas ainda estou cheia Dormi Acordei agora, minha cabeça dói, meus olhos estão inchados O cheiro do álcool continua em mim A dor continua O pensamento ainda me pesa Liguei Falei Gritei alto pelo telefone Fui até lá, bati na porta Atendeu Gritei mais Ouvi Chorei Fui embora Prometi não voltar No bar: Mais um copo, menos um copo

Minha felicidade

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Para falar de felicidade preciso esperar um pouco, em certos momentos ela parece fugir do meu alcance, assim como um peixe que se esquiva rapidamente de ser atacado. Não tenho arpão ou vara de pesca para pegá-la, nem algo que a alimente ou chame atenção. Aos poucos ela vem surgindo, em momentos inesperados e indecifráveis. Eu não sei dizer por quanto tempo ela fica presente ou vai embora, assim como também não sei falar dela sem a estar sentindo. Acho que ela vem logo! devagar, como um barco sem remo em um mar sem ondas. Não a quero assustar. Também as vezes chega como uma chuva de verão, que não avisa e se apressa em partir. Descobri que uma boa isca, é quando consigo deixar os pensamentos livres, porque é o momento exato em que me livro de espaços preenchidos com angústias e apenas vivo. Estou pronta! Por momentos me esqueço como é, mas depois os códigos ficam fáceis e lógicos. Sei que sou feliz, e o que me faz sentir assim. São esses momentos que a gente não explica, nem sabe como