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Mostrando postagens de agosto, 2010

Verdade, Mentira

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 Fernando Pessoa (Alberto Caeiro) Verdade, mentira, certeza, incerteza... Aquele cego ali na estrada também conhece estas palavras. Estou sentado num degrau alto e tenho as mãos apertadas Sobre o mais alto dos joelhos cruzados. Bem: verdade, mentira, certeza, incerteza o que são? O cego pára na estrada, Desliguei as mãos de cima do joelho Verdade mentira, certeza, incerteza são as mesmas? Qualquer cousa mudou numa parte da realidade — os meus joelhos e as minhas mãos. Qual é a ciência que tem conhecimento para isto? O cego continua o seu caminho e eu não faço mais gestos. Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual. Ser real é isto. PESSOA, Fernando. Ficções do Interlúdio I: Poemas Completos de Alberto Caeiro. Ed. Cia José de Alencar, 1975.

Você aqui

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Quero você Deixa eu tocar tua pele Deixa que eu te sinta Quero tanto teu corpo junto ao meu Minhas lágrimas junto as suas lágrimas Meu cochicho no teu ouvido Minha voz, teu entender Nosso silêncio Abraço, amor maior Envolva-me Olha-me nos olhos Eu retribuo Quanto amor Caminhadas na praia Fios de cabelo no ar Dançamos Quanta felicidade Você fala meu nome Recita lindas palavras E eu só quero assim você, aqui!

A ausência da cor

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Parei de sonhar colorido demais, ofuscava minha visão. Tive que me acostumar com tons opacos que misturavam tons cinzas e fracos. O verde fluorescente foi trocado pelo musgo. Enxerguei tudo craquelado e irreparável. O sol foi trocado por um céu completamente cinza e ameaçado por uma grande tempestade. Andei pensando em consertar os meus cacos quebrados, mas as peças faltosas continuavam em falta no final. Muito preto e branco, a minha vida perdeu a cor que me era essencial e fundamental. Meus sonhos foram diretamente prejudicados e alterados. Resolvi pintar objetos com cores alegres, tentar mudar a minha situação, mas este não é o problema, o colorido da minha vida era só a maneira que eu antes enxergava, e por mais forte que uma tinta possa parecer ela não possui poder nenhum sobre o que me ocorreu. Senti vontade de cortar meus pulsos pra manchar esta monotonia, tenho certeza que esta é a minha última alternativa e neste momento a única coisa que eu posso fazer. Mas assim como a co

É certo que duvido

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Xeque-mate, 1949 - Maria Helena Vieira da Silva Se há algo nesse mundo que eu tenho certeza, é que eu não tenho certeza de muita coisa. Minhas certezas são como quase certezas, são o meio caminho entre o que eu duvido realmente e o que eu quase acredito por completo, são apenas dúvidas que se tornaram um pouco mais confiantes e imunes as descrenças e acusações. A certeza é algo que eu certamente tenho grande dificuldade em entender e explicar, é algo incomparável que quando você a tem, não resta alternativas. A certeza vai ao encontro da dúvida, ou é totalmente contrária. Se a dúvida impulsionou o mundo, foi na certeza que as respostas foram encontradas. As dúvidas são os espaços dos quebra-cabeças que não se completaram ainda, são meus devaneios, minhas buscas por soluções que estão longe de procurar explicações concretas e absolutas daquilo que não aceito ou não compreendo. Porém não se prova nada sem certeza, ela é o trabalho cumprido, o xeque-mate no xadrez, é quando você descob