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Mostrando postagens de abril, 2010

De um refúgio Nostálgico

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Hoje em pleno trânsito, como sempre atrasada, com alguma preocupação na mente, e um sono rotineiro, me encontro em meio a uma lembrança de quando eu era criança. Bateu uma saudadezinha, confesso; de um tempo que já foi há tempos, estes em que minhas preocupações eram: se minha mãe ia reparar no vaso que eu tinha quebrado, se alguém na praia teria derrubado o meu castelo de areia e se quando eu voltasse da escola ainda ia dar tenho de assistir Anos Incríveis. Meus questionamentos eram: de onde vinham os bebês, se o mundo ia até onde eu enxergava e se os barcos caiam onde o mundo acabava. Maldade eu nem sabia direito o que era, achava que em certo momento a gente escolhia a que lado pertencer, e não entrava na minha cabeça alguém querer ser do mal. Naquela época eu achava a infância uma merda! “Não”, era a resposta para todas as perguntas. “Não pode”, “não faz isso”, “não mexe aí”, eram as frases que eu sempre ouvia. Não menosprezo minhas limitações e preocupações da época, até porqu

Me joguei

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Tá difícil de entender eu nem vou explicar Nem vou perder o meu tempo em tentar Fazer-te compreender Perceber Que deveria ter se importado Pelo menos um pouco, pensado Deixar acontecer Envolver Eu me joguei Do lugar mais alto e perigoso que busquei Eu fui longe, tão longe que meus pés se cansaram Eu fui alto, tão alto que perdi o ar Não deu pra voltar O caminho se perdeu Culpada, sei, fui eu Eu me perdi Tive que pular, e ao pular, cai Tive que aprender a ter coragem Ao novo dei passagem E eis que compreendi Não devo insistir Deixo que as coisas sejam Não interrompo, deixo que aconteçam Fácil? Não é Um dia talvez, será Só me resta esperar.

Esvazio

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Mais um copo, menos um copo De dentro pra fora, de fora pra dentro Esvaziei mais um, me preenchi um pouco mais Peço outro então A garrafa secou, meu copo encheu Esvaziei o copo, enchi minha boca Esvaziei minha boca, me enchi Estou farta, preciso esvaziar Mas o que me faz mal não sai De dentro pra fora mais uma vez E o que está dentro não sai Por que bebi então? Se eu soubesse... Minha dor não passa Outra dor mais forte vem Eu choro Esvazio um pouco mais, mas ainda estou cheia Dormi Acordei agora, minha cabeça dói, meus olhos estão inchados O cheiro do álcool continua em mim A dor continua O pensamento ainda me pesa Liguei Falei Gritei alto pelo telefone Fui até lá, bati na porta Atendeu Gritei mais Ouvi Chorei Fui embora Prometi não voltar No bar: Mais um copo, menos um copo